segunda-feira, março 31, 2008

Todo dia me despeço
De um pouco mais de mim
Todo dia acordo
Com algo que não há mais aqui
De vez em quando paro
E me vejo simplesmente sumir
Da luz fugiu meu reflexo
Da sombra desapareceu meu anoitecer
De cada poro secou meu suor
Com o vento foi-se meu pó
Não entendo mais minhas lembranças
São palavras embaçadas
Imagens em javanês
Todo dia me vejo
Do outro lado da rua
Do lado obscuro da lua
Descendo uma ladeira que não tem fim
Perdendo a cada passo
Um pouco mais de mim.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Sinta-se à vontade em acreditar
Que tudo dura pra sempre
Que nada pode voltar atrás
Que a dor, não é de serventia
Que só o amor é capaz de curar
Sinta-se à vontade, e sonhe
Que a vida é uma linha reta
Sem problemas para ultrapassar
Que seguir em frente é o segredo
De chegar em algum lugar
Senti a vontade de mostrar então
Que muita coisa na vida
É sim em vão
E um pouco adiante
Percebi que não carecia de explicação
Pois de tão à vontade
Sentiu-se a verdade
E fingiu não aceitar.

sexta-feira, outubro 05, 2007

O que me consome
São palavras mal ditas
Engasgadas em dedos
Mudos pela dor
De não falar o que pensa
O que me tortura
São frases tortas
Absortas na minha cabeça
Cega pela dor
De nunca ver o que sonha
E o que me mata
São fonemas desnecessários
Presos na minh’alma
Surda pela dor
De nunca ser ouvida.

sexta-feira, setembro 14, 2007

É inevitável amar
Assim como morrer
Assim como nascer
É inevitável sofrer
Assim como cair
Assim como levantar
É inevitável na vida, não se apaixonar
Basta um coração
Basta um sentimento
Basta um ser
Um pensamento
Dois olhares que se encontram
Um que se perde no vazio
Uma mente que deseja um corpo
Um espírito que deseja um calor
Mas nem tudo se encaixa
Nem tudo é chama enquanto vive
Há olhares que não respondem
Há corpos que não se encontram
Amores perdidos
Sofridos
Amores meu
Ou só seus
Inevitáveis amores
Inconsoláveis sofrimentos
Inevitável morte
O amor que nasceu
De um desejo surgiu
Esse amor morreu
E inevitavelmente, quem amou, sofreu.

sexta-feira, abril 07, 2006

perco em mim
um eu vazio e gasto
mas me acho
tão azul, tão rosa
cheia de prosa
encontro em mim
uma nova fase
uma nova lua
tão inconstante
transitória assim
vai de cheia a minguante
e ai novamente
me perco em mim.

quarta-feira, março 22, 2006

Por que Vica

- Alô
- Alô. Quem tá falando?
- Vivian
- Quem?
- Vivian
- Lívia?
- V-i-v-i-a-n
- Lílian, me diga..
- É vivian, com vê
(silêncio)
- eh.. querida , gostaria de falar com fulano
- Olha ele não chegou ainda
- Então, amor, diz pra ele ligar pra mim, é sicrano
- Tá ok.
- Você anota meu telefone linda? é 2223.3332
- Tá ok, dou o recado sim
- Obrigada. Tchau tchau Sílvia.

¬¬ Meu nome deve ter um ruído que quando pronunciado, ninguém entende.

quarta-feira, março 08, 2006

frágil, chora fácil
quando quer, tem que ter
sangra, sofre, sorri
domina, manipula
gera, cuida, cura e ama
sonha, vive, vive e sonha.

* fiz esse poeminha pra um panfleto do dia da mulher para um cliente daqui da agência, gostei tanto que quis postar...
mulher. viva todos os dias, hoje, peça presentes! rs...
parabéns para nós \o/